Resenha: “Mamãe, e o meu beijo?”

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Um beijo é, sem dúvidas, um dos maiores atos de afeto que dois seres podem demonstrar, um em relação ao outro. Seja de amor, amizade ou companheirismo, deixar de recebê-lo é um tanto quanto desconfortável, e é isso que acontece na obra "O Beijo", da escritora e ilustradora Valérie D’Heur: uma pequena ave, após receber instruções de sua mãe para mais um dia, espera por um beijo de despedida, mas a mãe, muito apressada, não o dá.
É interessante observar como a autora traz a perspectiva da contemporaneidade para o texto, pois o narrador-personagem fala sobre sua mãe: “Estava muito apressada hoje”, manifestando, assim, a realidade de muitos pais e mães que esquecem diariamente dos filhos-aves.
Após ter seu beijo esquecido, a pequena ave vai em busca de algum outro animal que possa lhe beijar, e passa pela girafa, a avestruz, um felino, mas acaba mesmo é criando laços com o rinoceronte, o que é bastante interessante, pois a figura do rinoceronte é a personificação da força e também dos laços familiares, já que a fêmea do rinoceronte permanece com o filhote por vários anos.
Para coroar a composição, a autora traça ilustrações que brincam com tons pastéis e com o ambiente da savana, fazendo da experiência do leitor ainda mais intensa e divertida.


D’HEUR, Valérie. O Beijo. São Paulo: Brinque-Book, 2003.

Foto por Gabrielly Pazetto.

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